terça-feira, 27 de novembro de 2007

"Aposento de Cura" - Soneto Espírita

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"Aposento de Cura"



Porque Hypolite não viu no meu Destino
O que a escritura dos irmãos desencarnados
A nominasse como vaticina um fado,
Que atropela os invólucros do intestino.

Alma gentia que padece como morta,
Que não trilhou - fora a matéria - um passo só;
Como um encarnado que irá voltar ao pó,
No mesmo ranço de ferrugem duma porta.

Quando vos digo "O Evangelho não me sabe!",
É porque digo, bom Alan, que essa doença
É uma sentença em que a cura não me cabe.

Mas, sempre ouço vir de ti o contentamento
De que o Pai sabe doar convalescença
A cada filho que repousa em seu aposento.




(Fredson N. Aguiar)

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