terça-feira, 4 de dezembro de 2007

"Velha Manjedoura" - Soneto Espírita

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"Velha Manjedoura"



À minha filha Emanuelle



Por não sentir a dor do parto na virilha,
Por não sentir a fome exausta pelo peito
É que um pai cogita à sombra esse preceito:
Todo Amor é muito pouco à sua filha.

É mais amar, que a própria mãe, o amor que brilha
E disputar por seus carinhos de confeito;
É ansiar saber suas dores, bem sem jeito,
Do que a vida lhe prepara como trilha.

Somente um pai, ante o infecundo de seu ventre,
Cultiva aos olhos todo zelo e todo apego
Por um bebê que ora crescido mais não adentre,

Por entre o braço protetor de seu sossego
Que, tanto um dia, embalou-a no alpendre,
E hoje é só uma manjedoura sem aconchego.



(Fredson N. Aguiar)

2 comentários:

96 ROCK disse...

Adorei os textos, dá pra ver qta inspiração vc adquiriu com essa experiência com a Ayauasca, continue assim meu bom amigo. Luz paz e amor pra vc e sua família.

chocolateaoleite disse...

Que bom saber que estamos todos tentando elevar-nos espiritualmente, cada um a sua maneira e conforme seu grau evolutivo. Também frequento o Espiritismo. ilaine-s@hotmail.com