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"Pajelança"
À meu amigo Jean e à Tupinambá
Dessas almas encarnadas que exorcizo
Com silêncios reclusivos do que sou,
Fica um traço descarnado de granizo
De um demônio congelado que restou.
E a tristeza que me invade na aldeia,
Enche o teto espectral da minha oca
Com antepassados escorados na candeia –
Almas piladas junto aos grãos de tapioca.
É quando a mata estrala a copa e as raízes,
Que um estrondo inominável na vereda,
Vai emurchecendo outros Seres infelizes.
E entorpecido pelo canto da floresta,
Cambaleando na hipnose da água azeda,
Transmigro a alma de xamã à tua festa.
(Fredson N. Aguiar)
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