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I
A negativa em crer em Deus na sua essência
É o recurso de um homem amedrontado:
Cabe-lhe a dúvida, como a prova de ditado,
E um cabeçalho inscrito o nome da ciência.
O bicho acuado justifica a bala ao papa
E, nela, espelha a luta errada contra o erro;
Toma o delírio do ferido e a fé lhe escapa,
Porque lhe afronta a salvação pelo desterro.
Busca o canhestro apresentar sua ira a Deus,
Porque supõe que o homem estreita a confiança
E toma santos a ilibar os desejos seus;
E, o mesmo homem que esse deus tangível mata
Concebe a vida em sua dúbia reentrância
E sem notar propaga Deus na forma inata.
II
Reza o ateu, à sua forma, num terço cético
De que os males que nos tomam a causa é Deus.
Por isso, aceita a revolta de Sam Harris, o ateu,
Na inteligência artificial que agrada o herético.
Porque se o homem matou Deus, quero o atestado
De óbito, como ação de morte-inconteste;
E a causa, a arma, o local, a hora e o estado;
Se foi veneno, foi descrença ou mal da peste!?;
Se Ele sangra e quem lhe sangra quero vê-lo
O ímpio às mãos sujas de sangue e sabê-lo
Como pode matar o Ser que a si não existia.
O certo é que todo deitricida tem mais fé,
Que eu – que Deus nem o cogito que Não É,
Pois passa a vida a renegar o que lhe agonia.
(F.N.A)
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Um comentário:
muito bonito, parabéns é inspirador
gostei muito dos seus blogs
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